de Heloísa Seixas/Editora Record
Uma Ilha Chamada Livro é um convite irrecusável à leitura. Através de seus contos mínimos, Heloísa Seixas presenteia o leitor com histórias sobre ler, escrever e contar. Cada conto tem apenas cinco ou seis parágrafos, mas o leitor é fisgado em cada um desses contos, desde a primeira frase. À primeira impressão, pode-se pensar que são contos curtos e rápidos, feitos para satisfazer a sede de prazer imediato de nossos jovens que estão tão acostumados a estímulos vários, rápidos e intensos. Não se trata disso. Cada conto de Heloísa Seixas trata delicadamente de diversos aspectos que giram em torno desta ilha mágica que é o livro.
A primeira parte do livro trata do ‘ler’. São contos sobre passeios curiosos em sebos, perdas de fôlego em bibliotecas, explorações de estantes inusitadas, descobertas em prateleiras e relações de amor com livros. São fotos de momentos de descobertas em que se entende porque um livro é um objeto tão sedutor. Os contos sobre ‘ler’ dão vontade de fazer exatamente isso: ler.A segunda parte que fala sobre ‘escrever’ fala sobre o movimento de pousar a pena no papel, digitar com força numa máquina de escrever ou teclar delicadamente num computador. Aqui Heloísa conta a história de sua metamorfose, de sua transformação em escritora e o que o ato de escrever significa para ela. A última parte do livro é talvez a mais impactante, apesar de ser a mais curta. Heloísa faz ali um desenho de vários ‘contares’ – de mãos, fotos, bilhetes e páginas em branco.
Uma Ilha Chamada Livro é um conto disfarçado em muitos. Cada conto convida o leitor a explorar o conto que vem a seguir. A única lástima é a de se chegar ao fim.
Adorei, Sil!!!